quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Carta aos meus filhos - Envio II...

Eu aprendi que nada é fácil... E você também vai aprender...  Na verdade, todo mundo sempre te dirá isso e sempre soará como uma “chatisse” digamos assim... Coisas do tipo, “Pô, que saco o cara ficar repetindo isso como  se eu fosse uma criança.”. Mas o cara sempre tem toda a razão, só que a gente demora um pouquinho para entender isso na real essência... Coisa da imaturidade? Não sei... Talvez seja a falta de experiência ou o pouco conhecimento do mundo real...

Vai ter gente que vai te dizer o famoso “Eu te disse.” e você vai pensar, “Ai, que saco isso de novo.”. 

E vai dizer que não é assim até a gente aprender as coisas de verdade?

“Mas e dae que nada é fácil?”. E dae, que para tudo o que a gente quer ter, para tudo o que corremos atrás e conquistamos, muitos sacrifícios e perdas deverão ser dispendidos de nós mesmos...

Algumas pessoas entrarão na sua vida, outras irão embora sem nunca terem se despedido, umas ficarão sempre ao teu lado, mas muitas delas apenas estarão com você se os interesses delas permitirem... Caso contrário você será descartado como fonte já sem nenhum interesse...

Pode ser que você demore para perceber tudo isso, mas em algum momento pode ter certeza que a queda da máscara será quase inevitável... Em função dessas e tantas outras decepções que virão, pode ser que você se transforme em uma pessoa fria em diversas situações, desconfiada, desenganada... Mas você vai aprender com tudo isso e em algum outro momento, se você for uma pessoa de muita sorte,  perceberá que o mundo não deve ser crucificado por causa de uns e outros incapazes de serem humanos.

Pode parecer tudo muito óbvio, mas apenas a vivência de tudo isso te trará o significado da frase “Eu aprendi que nada é fácil.”. E não se engane, pois ela pode ser parte intrínseca das mais diversas situações possíveis durante a tua vida..., desde subir numa árvore ou andar de bicicleta... até a uma grande conquista ou a perda pela morte inevitável...

O que você verá que é fácil é a ação de desistir... Mas quando esta palavra assombrar a tua mente e querer negativar as tuas decisões, lembre-se que, mesmo não sendo fácil não desistir, a recusa da desistência o tornará um vencedor...


Curitiba, 27 de fevereiro de 2014...

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Ponto de Contato – Parte II


Já não sei mais o que é certo... É triste isso, mas talvez o certo agora seja o “antigo” errado...

Está bem, eu sei o que você está pensando... Mas não te condeno, porque na verdade nem sei se alguém pode ser condenado por isso tudo o que está acontecendo...

Tudo bem..., eu também gosto de muitas fotos... “E como eu gosto!”..., Mas “poxa”, minha gente... tem coisa aí que está passando dos limites! Bom, mas nem sei se posso mencionar a palavra limites para tudo isso, quando o objetivo primário da rede social também é enraizado na quebra de fronteiras e blá, blá, blá...

Acesso da população em massa a todas as formas de comunicação e trocas rápidas de informações... É claro, que vejo isso tudo como uma evolução da tecnologia em prol do desenvolvimento econômico e social da humanidade... Ou melhor, nem sou eu que vejo..., é o que falam e espalham por aí... E claro, pena que nem todo mundo parece perceber que isso deve ser usado visando algum desenvolvimento, tanto relacionado aos fins capitalistas como também ao relacionamento “inter-humanos”...

“Mas e dae?” você me pergunta...

E dae, que tem gente que está perdendo a noção do que é viver a vida olhando olhos nos olhos, sentindo o cheiro de gente e de vida, desconectado (nunca essa palavra foi tão usada como nos dias atuais... E sim... Essa é uma estatística das minhas próprias observações e puramente empírica... “O que quero dizer?”... Quero dizer que mesmo se alguém já contabilizou isso, eu não olhei antes de escrever este texto... por pura preguiça e porque estava vendo as atualizações da rede social...)

Ninguém mais guarda lembranças para contar aos filhos e netos... A vida da maioria dos desconectados da vida real passou a ser um livro aberto... Ops! Coitado do livro... Até ele já está quase sendo esquecido...

Sei que, o que eu digo todo mundo sabe..., mas eu vou repetir mesmo assim...

Não se vive mais senão por meio de compromissos e consequentes postagens que parecem virem de compromissos previamente combinados para que as tais postagens ocorram e a vida nas redes sociais se movimente, enquanto se esquecem que a vida está passando...

Você está envelhecendo e sua vida na rede vai morrer antes de você...

E se sobrar alguém que não se importe com tantas futilidades que estão ocorrendo por aí, talvez você tenha com quem conversar e compartilhar verdadeiramente suas experiências de vida... Se é que elas não ficaram esquecidas ou perdidas lá pelo meio daquela festa que você foi e você mais falava com os “amigos” virtuais, na sua vida mega badalada na rede, do que com a galera que estava lá para curtir o cheiro do sentido de viver...


Curitiba, 03 de fevereiro de 2014...