terça-feira, 8 de abril de 2014

“Só sei que nada sei...”

São tantas as coisas a serem aprendidas, que sei que ainda vou morrer na ignorância...

Se sobre o homem e suas guerras intrapessoais...

Ou, se sobre a tal vida da qual fazemos parte...

Não sei se sou capaz de afirmar o que acho que sei, mas que na verdade está tudo errado...

É muito mais fácil o errado do que o certo...

É mais fácil pecar do que amar... Ou, ainda mais fácil ser enganado do que amado...

É muito mais simples seguir o caminho torto e cheio de atrativos...

É menos interessante e aparentemente menos “vivencioso” seguir a linha reta das coisas...

Imagino que talvez estejamos todos errados em pensar que o certo seja o de fato certo...

Não aprendemos com o que fazemos “certo”... Aprendemos com o que fazemos de aparentemente “errado”...

A vida parece estar presa ao errado...

A experiência, não necessariamente ligada ao errado, parece estar mais próxima daquilo que possa ser julgado o certo...

Mas no final, nos damos por contentes por estarmos errados...

Talvez isso tudo seja invertido... O meu certo é o seu errado... E seu errado o meu certo...

Por isso acho que não sabemos de nada sobre absolutamente nada...

Vamos indo não sei por onde e nem para onde... E assim, parece que vamos vivendo...

Pode ser que só apenas achamos que estamos aprendendo, quando na verdade quanto mais o vento bate mais difícil se torna continuar procurando o que nem sabemos se vamos encontrar, se chegarmos a algum lugar onde certamente tudo o que achamos que aprendemos de nada nos servirá...


Curitiba, 08 de abril de 2014.

terça-feira, 1 de abril de 2014

Falsos ouros...

Me desculpe..., se você desconhece a realidade que está envolta desse seu mundinho imundo...

Me desculpe..., se você vive sobre asas de ouro enquanto tem gente que morre de frio...

O inverno está próximo e a notícia de desabrigados morrendo congelados passará a fazer parte do noticiário..., mas como você vive inundado de plumas e muito ocupado com a sua fétida vida social nem saberá de nadinha disso...

Me desculpe..., se você é tão cego pelo mundo das falsas jóias humanas que muitas vezes de humano nada possuem...

Me desculpe..., se você se ilude com a riqueza alheia e com a sua própria incapacidade de valorizar os verdadeiros valores do homem...

Você que anda no shopping, que entra no carro e sai do carro somente no estacionamento ou na garagem de casa, que não sabe o que é uma linha de ônibus... Me desculpe..., mas você também não sabe que existem pessoas analfabetas que moram bem pertinho da sua casa..., ou mesmo que a senhora, que você chama de empregada e que limpa a sua sujeira, está entre os muitos que não tiveram educação que preste nesse país e que ela pede ajuda para ler o nome do ônibus que está chegando no ponto de embarque dos passageiros...

Me desculpe..., você que acha ridículo o cara  lá, seu amigo, que não tem um rolex ou qualquer outra porcaria desse tipo...

Foi mal aí, se a sua estupidez social ficou abalada!

Olhe para os lados, senhor cidadão... O mundo não é só floreios e interesses sociais promíscuos.

O homem ainda tem sede e fome nesse mundo... Um mundo cada vez mais sujo pela exclusão, que se alastra de forma cada vez mais intensa pela imensidão dos muitos homens pobres e pisados ou esquecidos pelos tão poucos homens falsamente ricos...

Existe um “submundo”  por trás dessa falsa sociedade que vivemos e iludida por porcas jóias... Um “submundo” despido do capitalismo e dos berços de ouros... Onde ainda se anda de ônibus, não existe shopping, se joga bola descalço na rua em frente ao bar cheio de cachaceiros, dos quais um deles é procurado pela polícia e outro vai chegar em casa, bater no filhos e agredir a esposa até ela morrer...

Ah! Mas me desculpe... Pois você nem se preocupa com isso..., porque isso não existe e não tem nada a ver com você...

Às vezes, não sei se esse “submundo” não seria nosso verdadeiro mundo...


Curitiba, 01 de abril de 2014...