terça-feira, 1 de abril de 2014

Falsos ouros...

Me desculpe..., se você desconhece a realidade que está envolta desse seu mundinho imundo...

Me desculpe..., se você vive sobre asas de ouro enquanto tem gente que morre de frio...

O inverno está próximo e a notícia de desabrigados morrendo congelados passará a fazer parte do noticiário..., mas como você vive inundado de plumas e muito ocupado com a sua fétida vida social nem saberá de nadinha disso...

Me desculpe..., se você é tão cego pelo mundo das falsas jóias humanas que muitas vezes de humano nada possuem...

Me desculpe..., se você se ilude com a riqueza alheia e com a sua própria incapacidade de valorizar os verdadeiros valores do homem...

Você que anda no shopping, que entra no carro e sai do carro somente no estacionamento ou na garagem de casa, que não sabe o que é uma linha de ônibus... Me desculpe..., mas você também não sabe que existem pessoas analfabetas que moram bem pertinho da sua casa..., ou mesmo que a senhora, que você chama de empregada e que limpa a sua sujeira, está entre os muitos que não tiveram educação que preste nesse país e que ela pede ajuda para ler o nome do ônibus que está chegando no ponto de embarque dos passageiros...

Me desculpe..., você que acha ridículo o cara  lá, seu amigo, que não tem um rolex ou qualquer outra porcaria desse tipo...

Foi mal aí, se a sua estupidez social ficou abalada!

Olhe para os lados, senhor cidadão... O mundo não é só floreios e interesses sociais promíscuos.

O homem ainda tem sede e fome nesse mundo... Um mundo cada vez mais sujo pela exclusão, que se alastra de forma cada vez mais intensa pela imensidão dos muitos homens pobres e pisados ou esquecidos pelos tão poucos homens falsamente ricos...

Existe um “submundo”  por trás dessa falsa sociedade que vivemos e iludida por porcas jóias... Um “submundo” despido do capitalismo e dos berços de ouros... Onde ainda se anda de ônibus, não existe shopping, se joga bola descalço na rua em frente ao bar cheio de cachaceiros, dos quais um deles é procurado pela polícia e outro vai chegar em casa, bater no filhos e agredir a esposa até ela morrer...

Ah! Mas me desculpe... Pois você nem se preocupa com isso..., porque isso não existe e não tem nada a ver com você...

Às vezes, não sei se esse “submundo” não seria nosso verdadeiro mundo...


Curitiba, 01 de abril de 2014...

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