segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Devaneios perdidos...

Quando um sentimento impede inspirações, nada pode ser feito... O corpo amolece, os pensamentos voam para bem looonge... Para longe do que nunca existiu... Talvez seja mais sensato pensar ou imaginar, que o tempo é amigo da realidade... Mas a realidade pensada permanece com os pés fora do chão... A realidade arquiva o coração em pequenos pedaços... Enquanto ao tempo, cabe a responsabilidade de organizar esses pedacinhos em uma estrutura que seja forte o suficiente para suportar as memórias perdidas... e comportar uma função escassa de sentimentalismos que a ele foram estritamente proibidos... Quando um homem é preso por um crime não cometido, mas que o difamou diante de seu próprio caráter, seu coração é endurecido, é enjaulado..., fica como um bicho... Um bicho..., é arisco, tem medo do próprio bicho e do homem... Quem chegar perto, provavelmente será mordido... O homem preso busca crer em tudo que o possa engrandecer ou fortalecer, independente dos custos disso para uma vida... O coração também...  Alguns planejam a vingança, outros trabalham para melhorar aquilo que eles não tiveram... Do que vale uma vida sem sorrisos, sem abraços, sem o compartilhamento de carinho...? Muitos nunca encontraram a realização acompanhados... Vários dependem de fazer o bem, para sentirem o valor de um sorriso e de um abraço... Triste é um coração que não seja capaz de ceder o que ele tem de maior valia... Triste é um coração amargo..., aquele que foi condenado, absolvido, mas enfraquecido e esquecido... Mais triste, ainda, é uma vida sem um coraçãozinho pulsante... e sem receptores que se encaixem a tanto sentimentalismo exacerbado em um coração deslealmente torturado...


Curitiba, 30 de agosto de 2013...

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