quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Ponto de contato...



Foto: Luiz Fabiano.

Tenho me perguntado, se as pessoas não percebem o que elas estão fazendo com elas próprias...

“Do que você está falando?” Você talvez pergunte...

Bom, o que você me diria, se você estivesse, por exemplo, em uma mesa de bar e ao lado da sua mesa existisse outra mesa, que se encontrasse ocupada por um grupo de amigos, sendo que todos os amigos estão com seus respectivos celulares nas mãos mexendo em rede social e chat disso ou daquilo, e nenhum conversando com ninguém...?

Imagino que isso seja o cúmulo da pouca capacidade humana em distinguir as reais importâncias da vida, como conversar e olhar nos olhos das pessoas, falar, dar risada olhando um para o outro, curtir o momento e os amigos da vida real sem ficar se afundando no mundo fictício da internet...

Você não precisa ser nenhum gênio, para perceber que muita gente pouco se importa em agradar o amigo que sai com ela para tomar um sorvete e jogar conversa fora... Incrivelmente, uma vasta legião de pessoas faz questão de tirar uma foto com o amigo, sem às vezes mal olhar na cara dele, postar a tal foto na internet e alimentar o próprio “populismo” virtual repleto de mediocridades e futilidades... “E o amigo?” Esse teve que abrir mão de alguns minutos de conversa cara a cara, para que a outra pessoa tivesse tempo de fazer o próprio “merchandising”...

Que droga de mundo é esse, que desvirtua o homem das relações interpessoais e o conecta a um mundo que pode ser apagado com um “click”...?

Parece que no futuro não haverá mais histórias, para serem contadas pelos vovôs e vovós sentados ao lado dos netos sedentos por inalar sabedoria e aprendizado de vida...

E se um apagão virtual ocorrer, até as histórias sem vida da internet sumirão com seus escassos momentos...

Prefiro as histórias de boteco, as experiências adquiridas e as cicatrizes dos machucados por tentar viver com os homens e não como uma máquina sem alma...


Curitiba, 14 de janeiro de 2014...

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