Foto: Raphael Ceciliano. |
O rubor de nossa face e o sorriso
corajoso nos afirmam diante dos montes que pisamos... Não temos medo, nem nenhum
receio... Não voamos sob as nuvens, mas dançamos sobre a terra...
Nos equilibramos sobre a lama e
rodopiamos pelas águas dos rios...
Pedras pontiagudas que nos detêm
a um pequeno intervalo de tempo, sobre a tensão durante a passagem por estas
jóias da natureza...
Amaçamos o chão batido e
amaciamos o barro preto que insiste em querer alojar nossos pés...
O suor que escorre por nossa pele
batiza o Deus do Sol, que nos move sob o calor escaldante que nos consome e abraça...
Quando a chuva se faz manifestante
nos traz refresco a um corpo já cansado e batido, mas sem esquecer de nos fazer
sofrer um pouquinho diante do papel de fator natureza incontrolável pela mão do
homem...
O equilíbrio se joga ao nosso
corpo e exige que a concentração e a disciplina se apresentem... Nunca a
dificuldade foi tão desejada a ser enfrentada... E muito menos da lama dos
nossos passos foram desviados...
O homem livre na terra a que
pertence, tem abaixo de cada passada a trava que o concede segurança e não
prisão... E que o permite usufruir da ação da velocidade, sem derrapagens ou
risco de aceleração aniquilada...
Pés livres pelas imperfeições do
meio e que se mutilam pela tensão a que são expostos...
Pés descalços nos permeiam após a
batalha vencida... E pela recuperação almejam, até que um novo confronto entre o
corpo e a mente, encantados pelas trilhas desconhecidas e pelas dificuldades
propostas, nos encontre e nos seduza à partida para mais uma etapa dessa
maravilhosa guerra para nós eterna.
E sujos descansamos, enquanto a
própria terra nos revitaliza...
Curitiba, 11 de março de 2014.
Texto dedicado especialmente aos trail runners e apaixonados pelas montanhas...
Texto dedicado especialmente aos trail runners e apaixonados pelas montanhas...
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