segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Na sabedoria de uma criança (sobre crianças e anjos...)

Um dia você se depara com uma criança de mais ou menos 10 ou 11 anos de idade que passa ao seu lado pedindo dinheiro, aliada ao cheiro de cola e sujeira... Concordo com você que essa cena não é nem um pouco incomum aos olhos de nenhum de nós..., mas te pergunto, sem o intuito de fazer falsas apologias...: onde estão os sonhos dessa criança?! Com certeza ela foi concebida sob o mesmo ato que qualquer um de nós para vir ao mundo, não veio “do nada”... De acordo com as leis de direitos e deveres do homem, aqui em uma forma de expressar a interpretação bastante particular, deveríamos todos ser preservados ao conhecimento que seja capaz de nos proporcionar condições de vida digna e preenchida por esperança e sonhos...

Perceba a riqueza que compõe uma criança, da inocência de um sorriso às brilhantes perguntas e dúvidas que elas nos impõem...; da incompreensão por determinadas situações à magnífica sinceridade em dizer “coisas” que aos ouvidos de um adulto seriam extremos insultos se ditos por bocas alheias... Em alguns momentos são pequenos seres que necessitam de carinho, compreensão e muito, muito amor... Em outros, são mentes a instigar o mundo que os espera a ser, eu diria, mais receptivo a capacidade que os envolve... São crianças, são anjinhos com o dom de cantar..., quando aprendem uma música nova na escolinha e querem impressionar o papai e a mamãe; dançar..., quando escutam a banda preferida; dramatizar..., nesse caso às vezes merecedores de um oscar, quando desejam “enrolar” mamãe e papai..., são alegria e vida de uma casa..., são fonte de esperança e exploradores de sonhos impulsionados pela ausência de pensamentos maléficos... Quando nascem sonorizam o primeiro canto através das notas desarranjadas de um choro, um choro de vida... Enquanto se desenvolvem tocam corações e conquistam e compõem espaços... Ao redor do mundo são anjos... ora como personagens convidados a nos presentear com sua euforia, ora a testar o homem a ser “homem”, o “jogando aos leões” mesmo para averiguar se este tem a mesma capacidade de aceitar e ajudar um corpo semelhante a seu como a inocente criança, aqui sem questionar o que as levou a mendigar conforme o início do texto, mas alicerçando questionamentos às diferentes formas como elas nos são apresentadas quando anjos, como seres que sentem fome e sede, como seres humanos de pequena estatura, mas de mesma composição orgânica... Sobre o abandono e desprezo desses anjos, deixo ao livre arbítrio as conclusões dos olhos que até aqui chegaram...


Curitiba, 20 de agosto de 2012...

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