Ao relento dos sentimentos, a
neblina escura toma conta da pele clara que agoniza ao vento...
Na deformação da face, escorre a seiva ensanguentada pelo descuido de um fomento...
Em estado de putrefação, o corpo
satisfaz a terra que o consome e dissolve as cinzas em água suja, hidrolisada
através das gotas de lágrimas salgadas e homogeneizada pelo sangue apodrecido
de uma alma em solidão...
Ao sol, a “podridão” que se
dissolve na terra, queima e intoxica a esperança e o próprio sentimento... Ao
anoitecer, a lembrança esquecida se entrega aos corvos que a devoram e morrem
pela invalidação de suas substâncias... A madrugada despersonifica a figura
ansiada e espalha o gosto amargo da tristeza e da ingratidão...
Sob a nostalgia e algias, um
corpo se dissolve na imensidão...
Curitiba, 23 de agosto de 2012...
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