Lembra que na época em que nossos
avós eram jovenzinhos ou, dependendo da sua idade, a bisa era ainda uma mocinha...?
O objetivo de vida, aqui no sentido de relacionamento homem-mulher, era prezar
pela união eterna e perpetuação da tolerância. Todos os problemas advindos do
meio externo não seriam tratados como simples falhas pessoais ou julgados como
crimes medíocres merecidos de punição e sentenciados a morte através do
abandono. Os casamentos duravam uma vida... Bodas de bronze, de prata e de
ouro... A cada comemoração, uma reafirmação dos votos de amor eterno, “...juntos
na alegria e na tristeza, na saúde a na doença, na riqueza e na pobreza...”. O
vovô era um cara romântico, cavalheiro... A vózinha, uma donzela..., meiga...,
carinhosa..., era a única para uma vida, porque era melhor que o vovô, segundo
ele, e juntos eles eram esplendorosos...
O papai aprendeu com o vovô a ser
único na vida da mamãe, que aprendeu com a vovó a ser a mulher que se soma a um
único homem... Hoje juntos, tentam manter a tradição diante da dificuldade de
conservar a união, a fidelidade e o amor próprio sem serem condenados por seus
atos às vezes ínfimos e sem valia perante a necessidade de um mundo que se
afunda na ignorância do desrespeito e do preconceito para com um sentimento
duradouro e vivo...
Infelizmente os filhos do papai e
da mamãe, hoje devem lutar contra a tristeza que magoa os corações, salvo
algumas exceções, na tentativa, às vezes ingênua, de que floresça a alegria e
de que a felicidade prospere diante do amor, proporcionando um amor que não é
vendido, não é negócio (ao contrário do que diria nosso querido José de
Alencar)... um amor hospitaleiro, aconchegante, amante da luz que ilumina
nossos olhos ao ver a pessoa amada e dependente do brilho da lua que nos conduz
a beleza de amar... Um luta intensa para não se entregar a doença e o desespero
de amores não correspondidos, magoas reprimidas, palavras silenciosas que
desrespeitam a maldade dos surtos psicóticos e gritos enfurecidos que deságuam
no mar sangrento de um coração encapsulado pela dureza e ignorância de um amor
perdido...
Não cabe ao “mundo de amar”,
escolher um abrigo selecionando contas bancárias, status social ou uma beleza
banhada por futilidades... Cabe sim, a escolha pela necessidade de crescimento
lado a lado, como uma construção que se edifica tijolinho por tijolinho até se
chegar a obra concluída com êxito e no ápice do juramento de eternidade no
amor..., quando os tijolinhos deixam de estarem sob o chão alicerçados pela
tolerância e aceitação um com o outro, e passam a nos cobrirem como num berço
eterno...
Curitiba, 04 de Agosto de 2012...
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