sábado, 7 de setembro de 2013

Sobre casamentos...

Lembra que na época em que nossos avós eram jovenzinhos ou, dependendo da sua idade, a bisa era ainda uma mocinha...? O objetivo de vida, aqui no sentido de relacionamento homem-mulher, era prezar pela união eterna e perpetuação da tolerância. Todos os problemas advindos do meio externo não seriam tratados como simples falhas pessoais ou julgados como crimes medíocres merecidos de punição e sentenciados a morte através do abandono. Os casamentos duravam uma vida... Bodas de bronze, de prata e de ouro... A cada comemoração, uma reafirmação dos votos de amor eterno, “...juntos na alegria e na tristeza, na saúde a na doença, na riqueza e na pobreza...”. O vovô era um cara romântico, cavalheiro... A vózinha, uma donzela..., meiga..., carinhosa..., era a única para uma vida, porque era melhor que o vovô, segundo ele, e juntos eles eram esplendorosos...
O papai aprendeu com o vovô a ser único na vida da mamãe, que aprendeu com a vovó a ser a mulher que se soma a um único homem... Hoje juntos, tentam manter a tradição diante da dificuldade de conservar a união, a fidelidade e o amor próprio sem serem condenados por seus atos às vezes ínfimos e sem valia perante a necessidade de um mundo que se afunda na ignorância do desrespeito e do preconceito para com um sentimento duradouro e vivo...
Infelizmente os filhos do papai e da mamãe, hoje devem lutar contra a tristeza que magoa os corações, salvo algumas exceções, na tentativa, às vezes ingênua, de que floresça a alegria e de que a felicidade prospere diante do amor, proporcionando um amor que não é vendido, não é negócio (ao contrário do que diria nosso querido José de Alencar)... um amor hospitaleiro, aconchegante, amante da luz que ilumina nossos olhos ao ver a pessoa amada e dependente do brilho da lua que nos conduz a beleza de amar... Um luta intensa para não se entregar a doença e o desespero de amores não correspondidos, magoas reprimidas, palavras silenciosas que desrespeitam a maldade dos surtos psicóticos e gritos enfurecidos que deságuam no mar sangrento de um coração encapsulado pela dureza e ignorância de um amor perdido...
Não cabe ao “mundo de amar”, escolher um abrigo selecionando contas bancárias, status social ou uma beleza banhada por futilidades... Cabe sim, a escolha pela necessidade de crescimento lado a lado, como uma construção que se edifica tijolinho por tijolinho até se chegar a obra concluída com êxito e no ápice do juramento de eternidade no amor..., quando os tijolinhos deixam de estarem sob o chão alicerçados pela tolerância e aceitação um com o outro, e passam a nos cobrirem como num berço eterno...


Curitiba, 04 de Agosto de 2012...

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