Sei que o relato a seguir não é
nada incomum, mas “esmiuçar” a grandeza por trás da cena é o que a torna
fascinante... Imaginem um garotinho nos seus esplendorosos 4 anos de idade,
caminhando numa rua movimentada da cidade... Seguindo a mãe bem devagarzinho,
porque ele alegava estar “extremamente” cansado... O destino da caminhada? A
avenida ao final da quadra... “Mamãee, tah muito longe... Eu não aguento
mais...”. E para dar mais emoção à cena, o menino chora as famosas “lágrimas de
crocodilo”, relaxa os braços como se estes fossem peças muito pesadas para ser
carregadas pelo corpinho “super” cansado... “Mamãe, me leva no colo... Por
favor, mamãe...?”. E a mãe, “Não, não mocinho... Vamos andando. Você consegue.
Você é um “homem forte”. E a criança segue caminhando lentamente. E reclamando
do “longe e distante” caminho a seguir...
Foi diante do encanto da
“encenação” desse anjinho, que me coloquei a pensar na magnífica grandiosidade
do mundo aos olhos de uma criança. Não me refiro apenas aos bons sonhos que as
conduzem, mas também no sentido de uma grandeza dimensional das coisas que as
envolvem... Na cena, 50
metros de distância significavam ao pequeno uma
verdadeira maratona para os pezinhos que o apoiam... Certamente, esse mesmo
homenzinho faz dos dedinhos, bonequinhos de guerra, dos braços uma espingarda
ou uma metralhadora, dos travesseiros peças a um alvo distraído (não que para
arremessar travesseiros a gente precise ter 4 anos de idade...) e por ai vai...
Uma pessoa adulta a frente de alguém tão pequeno pode parecer um verdadeiro
gigante. Um vento, um pouquinho mais forte, pode parecer uma monstruosa
tempestade. Qualquer objeto a mão pode se tornar uma brincadeira desencadeada
pela vasta imaginação que os enche de criatividade... Aqui me refiro aos
objetos e afins, porque os desenhos animados dão conta da fertilização
imaginativa das crianças, de forma espetacular. À exemplo da formiga atômica às
lesmas com super poderes. Não sei qual bichinho será geneticamente modificado
nesta evolução... Às vezes, penso que para uma criança diante de um médico, que
costuma parecer a eles como um bruxo muito do mal, o bruxo poderia se tornar um
verdadeiro gigante contador de histórias... Mas claro que se deve ter certeza,
antes de tudo, que a criança não tem medo de “João e o pé de feijão”... Engraçado,
como as coisas se misturam... Imagino que esses pequenos gigantes, em inocência
e ensinamentos ao homem, sejam verdadeiros atores dignos de Oscar. Envolventes
pelo mundo imaginário que pregam, influentes pela inocente sabedoria que
carregam, guerreiros pela força de vida que os tornam tão valiosos e
valentes...
Curitiba, 18 de fevereiro de 2013...
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