Não são raras as vezes que nos
encontramos na promiscuidade de trabalhar em função dos olhos de uma sociedade
já designada a comandar atitudes, aperfeiçoar futilidades, incrementar mentiras
e focalizar apenas o que a retina pode observar. E não o que o caráter, o bom
senso, e as atitudes verdadeiramente humanas possam nos mostrar... Entendam
aqui, a promiscuidade não em sentido pejorativo humano da palavra, mas como uma
referência às perdas e desgastes que enfrentamos e provocamos na tentativa de
transmitir ao mundo a perfeição fictícia. Ninguém está excluso de tentações
supérfluas ou que possa eximir-se de condenações. Inúmeras maneiras, de
demonstrar que agimos sem um prognóstico das ações cometidas, podem ser
relatadas a cada observação minuciosa sob nossos atos e omissões... Isso se
verifica de forma simples, ao se questionar pessoas sem o conhecimento prévio
de sua procedência, ao marginalizar homens sem um relato de sua ficha criminal
(aqui uma marginalização a fim de metaforizar relação homem e mulher), ao procurar
incansavelmente a conquista e a felicidade através de uma máscara de “bom
menino” ou “boa menina”, cuja seda que seduz quem possa ser enganado, tanto sobre
questões relativas à beleza de corpo e alma, como às questões financeiras
hostilizadas pela descategórica aparência do que possa ser “inteligente” e “belo”,
poderá ser a qualquer momento, desmistificada pela perda de sua maciez e
brilho... De fato, historicamente, o ser humano brilha e se destaca por suas
ações quando bem conduzidas... Mas, muitos, se esquecem que não somos um brilhante
lapidado e que, portanto, estamos sujeitos a durante o percurso da conquista, a
provocar “cutucões” arrasadores no que se passa ao nosso caminho... Não podemos
ser uma pedra de brilhante, se não somos capazes de impedir que nada além de
nossa “beleza” e “brilho” atravesse por nossa caminhada, o que se acontecesse nos
isentaria de tropeções que riscam e mancham nossa própria imagem e história...
Manchas que marcam a deslealdade do homem com o próprio homem e o emancipam de sua
integridade... Não podemos ser nada além do que nos é permitido... Podemos nos
destacar, podemos ser melhores dentro do que somos, mas nada que camufle nossa
verdadeira identidade e nada que intercepte o espaço de conquista de outros
homens...
Curitiba, 23 de setembro de 2012...
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